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Leptospirose

Leptospira spp.

As bactérias do gênero Leptospira são espiroquetas, devido ao seu formato helicoidal que tendem a se mover com um movimento ondulante semelhante ao de uma hélice. Além disso, elas são gram-negativas, aeróbias estritas a microaerófilas (toleram apenas baixas concentrações de oxigênio) e crescem em pH neutro. Elas possuem endoflagelos, também conhecidos como filamentos axiais, que recebem esse nome por se encontrarem abaixo de uma membrana externa que reveste estas bactérias. Estes endoflagelos permitem que a bactéria se movimente em ambientes aquáticos, bem como no sangue de espécies animais. Atualmente, são conhecidas, aproximadamente, 14 espécies patogênicas de bactérias do gênero Leptospira, porém, também sabe-se que existem bactérias desse gênero que são saprófitas, ou seja, vivem no ambiente sem infectar os animais.

Leptospira interrogans -> vários sorovares patogênicos

Leptospira biflexa -> sorovares saprófitas

A Leptospira spp. provoca uma zoonose (doença que acomete humanos e animais) presente em todo mundo conhecida como leptospirose. Esta doença é considerada re-emergente em regiões tropicais e subtropicais, por esse motivo, no “país tropical”, vulgo Brasil, a leptospirose é considerada uma doença endêmica. Além desse fator natural, as regiões com maior vulnerabilidade econômica e em lugares onde a vigilância sanitária e epidemiológica não ocorre constantemente são as que mais sofrem com o número de casos da doença. Portanto, a leptospirose é um problema socioecológico e para esse tipo de enfermidade é de suma importância que se pense no conceito de saúde, com humanos, animais e meio ambiente de forma integrada.


Como é o modo de transmissão?

A Leptospira acomete os seres humanos, os animais silvestres e os animais domésticos, principalmente, cães, bovinos e suínos, sendo que eles se infectam por diferentes espécies de Leptospira. A contaminação acontece por meio da exposição com a urina, sangue ou tecido de animais infectados, o que poucos sabem é que quase todo mamífero pode ser portador desse gênero bacteriano. Os seres humanos são apenas hospedeiros acidentais dentro da cadeia de transmissão; logo, não transmite a outro humano, nem a outros animais. Os principais reservatórios são constituídos pelos roedores sinantrópicos, que ao se infectar, não desenvolvem a doença, mas viram portadores, alojando a Leptospira nos rins, eliminando-a viva no meio ambiente e contaminando-o. As espécies mais comuns de roedores que podem transmitir a bactéria são Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo ou catita). Entretanto, espécies de anfíbios, bovinos, suínos e caninos também estão sujeitos a adoecer e transmitir Leptospira.

Além disso, a transmissão da doença também é possível através da água contaminada, uma vez que, como mencionado, essas bactérias possuem flagelos, que permitem que elas se locomovam em meio líquido. Esse é um dos motivos do perigo de se andar em enchentes e inundações, pois pode haver bactérias do gênero Leptospira naquelas águas e estas penetram no corpo humano pela pele ou por ferimentos e arranhões. As bactérias são liberadas pela urina dos animais contaminados e podem sobreviver horas ou dias em solos úmidos e lamacentos, áreas de forragem, estábulos, pátios de fazendas, mananciais de água e em alimentos.


Quais os sintomas em humanos?

Os sintomas da leptospirose em humanos são semelhantes aos de outras doenças, são eles: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo (principalmente nas panturrilhas), podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Em casos mais graves, pode ocorrer a Síndrome de Weil, que consiste em aparecer uma coloração amarelada da pele e dos olhos (icterícia), além de hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte, por isso, nesses casos recomenda-se que o indivíduo fique internado sob cuidados médicos. No entanto, a leptospirose pode apresentar-se de maneira assintomática ou de forma branda em alguns indivíduos.


Tratamento

No tratamento são utilizados medicamentos e outras medidas de suporte, recomendados por um médico, visto que os remédios variam de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente. A automedicação por antibióticos ou outros medicamentos não é indicada, pois pode agravar a doença, levando o indivíduo de um caso mais brando à internação hospitalar. A leptospirose é uma doença curável, para a qual o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução.

Existe vacina?

Não existe uma vacina para uso humano contra a leptospirose no Brasil, entretanto, há vacinas para animais. A vacinação de animais domésticos e de produção evita o adoecimento e transmissão da doença por aqueles sorovares que a vacina protege.


Ações que podem prevenir a leptospirose humana

  • Evitar o contato com água ou lama de enchentes;

  • Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (se isto não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés);

  • Utilizar água sanitária a 2,5% para desinfetar reservatórios de água, locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada;

  • Vedar caixas d’água;

  • Implementar medidas de combate à roedores que se desenvolvem em áreas urbanas próximo a habitações, já em áreas rurais é importante que evite a formação de ninhos de ratos próximos aos lugares habitados por humanos;

  • Lavar com frequência o recipiente da água e da ração do seu pet.


LEMBRANDO: OS RATOS, COMO TODOS OS SERES VIVOS, SÃO IMPORTANTES NA CADEIA ALIMENTAR E NO EQUILÍBRIO ECOLÓGICO. DESSA FORMA, SUA EXTINÇÃO PODERIA COMPROMETER O EQUILÍBRIO. POR ISSO, É IMPORTANTE RESSALTAR QUE NEM TODO ROEDOR ESTÁ INFECTADO COM A Lesptospira; LOGO, NEM TODO ROEDOR LIBERA A BACTÉRIA TODO O TEMPO EM SUA URINA.



 

Fontes pesquisadas:

OMS. Leptospirose | Biblioteca Virtual Em Saúde MS. Saude.gov.br, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/leptospirose/#:~:text=O%20que%20%C3%A9%3F,transmitir%20a%20leptospirose%20ao%20homem. (Acesso em 7 de fevereiro de 2022)


Leptospira Spp - Profa Lucia Cangussu. Profa Lucia Cangussu, 2016. Disponível em: https://www.luciacangussu.bio.br/atlas/leptospira-spp/#:~:text=As%20leptospiras%20s%C3%A3o%20bact%C3%A9rias%20longas,como%20endoflagelos%20ou%20filamentos%20axiais. (Acesso em 7 de fevereiro de 2022)


SANTOS, Maria Tereza. Leptospirose: O Que é, Causas, Sintomas, Contágio E Tratamento. Veja Saúde, 11 de fevereiro de 2020. Disponível em:https://saude.abril.com.br/medicina/leptospirose-causas-sintomas-tratamento/ (Acesso em 7 de fevereiro de 2022)


Leptospirose. Secretaria Da Saúde do Paraná, 2017. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Leptospirose (Acesso em 7 de fevereiro de 2022)

SESA - LEPTOSPIROSE. Es.gov.br, 2019. Disponível em: https://saude.es.gov.br/leptospirose (Acesso em 9 de fevereiro de 2022)

Vista Do as Características Da Leptospira Spp.: Uma Revisão de Literatura. Sustenere.co, 2019. Disponível em: https://sustenere.co/index.php/sciresalutis/article/view/CBPC2236-9600.2019.003.0001/1764 (Acesso em 9 de fevereiro de 2022)


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