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Ignaz Semmelweis


Ignaz Philipp Semmelweis foi um médico, de ascendência alemã, nascido em 1 de julho de 1818, em Buda, hoje parte de Budapeste, Hungria.

Semmelweis iniciou os estudos em Direito na Universidade de Viena em 1837, porém, no ano seguinte, por razões desconhecidas, ele trocou de curso para Medicina e decidiu especializar-se em obstetrícia, sendo nomeado assistente da primeira clínica de Obstetrícia do Hospital Geral de Viena, na Áustria.

Nessa época, muitas instituições de maternidade foram criadas em toda a Europa para resolver problemas de infanticídio de crianças ilegítimas. Por serem gratuitas e cuidarem dos bebês, acabaram tornando um grande atrativo para muitas mulheres. Em troca dos serviços gratuitos, as mulheres seriam objeto de treinamento de médicos e parteiras. Duas clínicas de maternidade ficavam no hospital vienense, a primeira tinha muitos mais casos de morte materna pela febre pós-parto, do que a segunda. Sabendo da má reputação da primeira clínica, as mulheres não aceitavam a internação no local, preferiam fazer o parto em casa ou até mesmo na rua.

Semmelweis observou o funcionamento das duas clínicas e unificou todos os procedimentos e comportamentos, mas a diferença entre o número de mortes pós-parto persistiu. O que permaneceu como diferença notória eram as pessoas que davam assistência aos partos nas clínicas: enquanto na segunda clínica (de mortalidade pós-parto menor) eram as parteiras a assistir aos partos, na primeira clínica eram os estudantes de medicina que assistiam aos partos.

No ano de 1847, seu amigo Jakob Kolletschka foi acidentalmente ferido pelo bisturi de um aluno durante uma necropsia e devido a complicações, acabou falecendo. Ao realizar um exame de autópsia obteve-se resultados semelhantes aos exames das mulheres que morriam de febre pós-parto. Semmelweis logo associou a contaminação do cadáver com a das mulheres grávidas e concluiu que os médicos e os estudantes de medicina carregavam “partículas cadavéricas” em suas mãos das necropsias para as salas de parto, enquanto as parteiras não tinham contato com os cadáveres ou necropsias. Ele instituiu então a prática de lavagem de mãos para médicos e estudantes de medicina com solução de hipoclorito de cálcio antes dos partos. Os resultados das práticas foram evidentes, com diminuição da morte materna pós-parto. Porém, mesmo com os bons resultados, as condutas de Semmelweis foram contestadas e rejeitadas por seus superiores: houve preconceito por conta da sua nacionalidade húngara, além de conflito com a opinião estabelecida e ele terminou sendo demitido por motivos políticos (na época a Hungria pertencia ao Império Austríaco).

Semmelweis retornou para a Hungria, onde assumiu o cargo de médico honorário, de pouco prestígio e não remunerado, na enfermaria obstétrica do pequeno Hospital São Roque, em Budapeste. Depois deu aulas na maternidade de Budapeste, onde a febre pós-parto costumava ser frequente, mas foi praticamente eliminada depois das práticas instruídas pelo médico.

As teorias de Semmelweis, entretanto, continuavam a ser criticadas e seus colegas de profissão relutavam em adotar seus métodos de prevenção de infecções, o que o tornou irritado e agressivo, ele chegou a acusar muitos profissionais proeminentes na Europa de serem responsáveis por assassinato nos partos. A própria esposa e alguns amigos achavam que ele estava com desequilíbrio mental, e, a pretexto de visitar um novo instituto médico, o levaram para um manicômio. Quando ele percebeu que estava sendo internado, tentou sair, mas foi contido com violência, submetido a camisa de força e colocado numa cela escura. Duas semanas depois, em 13 de agosto de 1865, morreu aos 47 anos, vítima de uma infecção no dedo médio da mão direita, que gangrenou.

A hipótese de Ignaz Semmelweis foi reconhecida anos depois de sua morte, quando o químico francês Louis Pasteur desenvolveu a teoria microbiana das doenças, revolucionando o combate às infecções. Pasteur confirmou, com suas experiências científicas, as observações de Semmelweis.



 

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