Nascido em 1852, na cidade de Barmen, na Alemanha, descendente de uma família de intelectuais, Julius Richard Petri foi um importante bacteriologista. Após terminar o ensino primário e secundário em sua cidade natal, Petri foi para Berlim realizar um curso médico na “Kaiser Wilhelms-Akademie für das militärärztliche Bildungswesen” (Academia Kaiser Wilhelms para a Educação Médica Militar), dedicando a seus estudos a medicina com especialidade em medicina militar de 1871 a 1875.
Exercendo sua profissão como médico militar, Petri serviu como médico voluntário no Regimento de Guarda a Pé entre os anos de 1876 e 1882. Durante esse período inúmeros acontecimentos marcaram sua história, ele foi chamado para trabalhar em um renomadíssimo centro de pesquisa em Berlim, o Departamento Imperial de Saúde, onde trabalhou como assistente de Robert Koch de 1877 a 1879, além disso nesse período ele também trabalhou com Walther e Angelina Fanny Hesse. Foi trabalhando com Koch, que Petri teve contato com a microbiologia e suas técnicas de laboratório.
Neste contexto, vendo a dificuldade de se estudar os microrganismos, como os problemas acerca do isolamento e manutenção de culturas destes seres, e os frascos, os recipientes e os dispositivos para manipulação de culturas, os cientistas buscavam uma solução para estas problemáticas. Como foi o caso de Fanny Hesse que substituiu a gelatina, usada por Koch como meio de cultura, por ágar-ágar. Todavia, o recipiente (semelhante a um prato raso) usado para colocar o ágar deixava o meio de cultura exposto ao ar atmosférico, o qual contaminava o meio. Foi nessas circunstâncias que Petri teve a ideia de adicionar uma parede de alguns centímetros ao redor da base do recipiente e de tampá-lo com um outro recipiente da mesma forma, porém um pouco maior, que se ajustasse perfeitamente à placa menor que continha o meio de cultura. Desse modo, o meio de cultura e os microrganismos isolados não teriam contato com o ar contaminado e que fosse manusear a placa conseguiria observar o conteúdo, já que era confeccionada com vidro transparente.
Mesmo depois de ter deixado seu trabalho como assistente de Koch, Petri continuou seu trabalho e pesquisas voltados à microbiologia e as doenças infecciosas. Entre os anos de 1882 e 1885, ele trabalhou no Sanatório para Tuberculose em Görbersdorf, como assistente de Herman Brehmer. Em 1885, ele assumiu o Museu de Higiene de Berlim, como curador.
Foi somente em 1887, que ele publicou sua invenção em um artigo intitulado “Eine Kleine Modification des Koch'schen Plattenverfahrens” (Pequena Modificação da Placa de Koch), descrevendo uma placa de vidro circular de 10 a 11 cm de diâmetro, 1,0 a 1,5 cm de altura da borda e com 0,5 a 0,7 cm de espessura, fechada por uma tampa exatamente igual à base, mas com um diâmetro alguns centímetros maior. Nasceu, assim, a famosa "Placa de Petri", cuja invenção permanece até os dias de hoje, como um dos principais materiais do trabalho microbiológico.
Fontes pesquisadas:
WHONAMEDIT?- A DICTIONARY OF MEDICAL EPONYMS. Richard Julius Petri. [S. l.]. Disponível em: http://www.whonamedit.com/doctor.cfm/1079.html. (Acesso em: 14 dez. 2020.)
ROBERTS, Elizabeth. Petri Dish. [S. l.], 31 mar. 2014. Disponível em: http://somatosphere.net/2014/petri-dish.html/. (Acesso em: 14 dez. 2020.)
NEUFELD, Paulo Murillo. Personagem da História da Saúde VII: Richard Julius Petri. Revista Brasileira de Análises Clínicas, [s. l.], p. 174-177, 29 nov. 2019. Disponível em: http://www.rbac.org.br/wp-content/uploads/2019/12/RBAC-vol-51-3-2019-ref-930-Editorial-1.pdf. (Acesso em: 14 dez. 2020.)
Muito bom!!