COMO FUNCIONA O BICO DE BUNSEN?
Para que o bico de Bunsen funcione, ele deve estar ligado a uma mangueira que transporte gás liquefeito de petróleo (GLP), logo é muito importante que ao começar e ao finalizar o experimento seja verificado que a válvula do gás esteja fechada para não haver vazamento do mesmo. Além disso, na base do instrumento é possível observar uma válvula para o controle do gás. Acima da base, é possível observar um anel de encaixe com orifícios nas laterais do cilindro, que podem ser abertos ou fechados, estes são responsáveis pelo fornecimento de oxigênio na combustão, se abertos a combustão é completa (gera gás carbônico e água), que tem uma chama mais quente. Porém, no momento em que o bico de Bunsen for aceso, os orifícios devem permanecer entreabertos para evitar que a chama se recolha para o interior do tubo, gerando uma combustão incompleta (produzem monóxido de carbono e água ou fuligem), uma chama amarela menos quente.
É importante ressaltar que a chama apresenta diferentes zonas, já que certas zonas da chama devem ser evitadas. As zonas da chama são: Zona Neutra (é uma zona fria e, portanto, não deve ser utilizada para flambagem), Zona Redutora e Zona Oxidante (são zonas onde já ocorre a combustão e, portanto, já podem ser usadas para a flambagem).
QUAL A SUA FUNÇÃO NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA?
AMBIENTE PARA TÉCNICAS ASSÉPTICAS
Em um laboratório de microbiologia, são necessárias técnicas assépticas, uma vez que deve ser mantida a esterilidade dos materiais e do local, a fim de diminuir os riscos de contaminação. Para garantir essa condição no momento da análise, é importante que todo o material esteja esterilizado e não haja contaminação no momento do manuseio durante os procedimentos de análise laboratorial. Aí é que entra o bico de Bunsen. Ao trabalharmos na área de segurança ao redor da chama do bico de Bunsen, estamos garantindo que todo nosso procedimento seja feito em condições assépticas, ou seja, sem risco de contaminação por microrganismos do ambiente. Como isso funciona? Ao usarmos a chama azul, além desta atingir altas temperaturas, estamos garantindo um fluxo de ar que impede a entrada dos microrganismos do ambiente ao seu redor. Nessa área de segurança é que devemos fazer toda a manipulação, como por exemplo, abrir a placa de Petri com meio de cultura ou abrir as tampas dos tubos de cultura, diminuindo o risco de contaminação da superfície e da área de manipulação.
FLAMBAGEM
Além de criar uma zona segura, o bico de Bunsen também é usado na manobra da flambagem, que consiste em passar o material, seja ele uma alça de platina ou um tubo de ensaio, na chama antes e depois da inoculação, mantendo o material esterilizado. Para a flambagem, deve-se usar a zona oxidante, onde ocorre a combustão.
Dessa forma, para a microbiologia, o bico de Bunsen permite a realização da manipulação das análises microbianas com baixos riscos de contaminação por microrganismos, visto que, no laboratório de microbiologia, é necessário para a análise, um material exclusivamente estéril.
PROTEÇÃO DO MANIPULADOR
Além de manter uma área de trabalho segura e estéril evitando a contaminação do material em análise, é importante destacar que ao utilizar corretamente o bico de Bunsen estamos também garantindo maior segurança na prevenção de contaminação do manipulador. Ao manipular os instrumentos e material atrás da chama do bico de Bunsen, o manipulador tem menos chance de se contaminar por microrganismos de eventual cultura contaminada, ao mesmo tempo que também que diminui os riscos de, com suas gotículas de aerossóis da respiração, contaminar o material em análise. É importante mencionar que o bico de Bunsen deve ficar aceso durante toda a manipulação do material.
NÃO ESQUEÇA!
Ao acabar a análise, é importante, não esqueça nunca o bico de Bunsen aberto, e atenção para fechar sempre todos os registros de gás, garantindo a segurança do laboratório e das próximas manipulações no aparelho.
Fontes pesquisadas:
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