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Carlos Chagas

Atualizado: 8 de nov. de 2021

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas foi um médico, sanitarista, pesquisador e biólogo brasileiro. Nascido em Oliveira, no estado de Minas Gerais, no dia 9 de julho de 1879. Filho de cafeicultores, perdeu seu pai com apenas 4 anos de idade.

Em 1897, com 17 anos, Chagas ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, por indicação de um professor, em 1902, passou a trabalhar no Instituto Manguinhos - que hoje é o Instituto Oswaldo Cruz - e teve como um dos seus grandes mestres Oswaldo Cruz. Sob sua tutela, iniciou estudos sobre a malária e técnicas de sanitarismo para reduzir as epidemias próximas a áreas urbanas.

No ano de 1905, Carlos Chagas comandou uma campanha preventiva contra a malária, a convite da Companhia Docas de Santos. Seu objetivo era controlar a doença que se propagava em Itatinga, no interior de São Paulo, e atacava a maioria dos trabalhadores que construíam uma represa na região. O cientista colocou em prática as ações preventivas nos locais onde conviviam homens e mosquitos infectados com o parasita da malária. Confirmou sua tese de que os focos dos mosquitos estavam em águas paradas. De volta ao Rio de Janeiro, ele integrou a equipe de Manguinhos para realizar uma campanha de combate à malária na Baixada Fluminense.

Chagas foi designado para chefiar uma equipe designada para combater uma epidemia de malária que se espalhava entre os trabalhadores que instalavam uma linha de trem na cidade de Lassance, em Minas Gerais, no ano de 1907. Ele passou dois anos trabalhando em um pequeno laboratório instalado em um vagão de trem, em 1909, as pesquisas dele tomaram novo rumo, pois na região, muitas pessoas morriam de uma doença -até então- desconhecida e, após uma análise, descobriu grandes lesões no músculo cardíaco de uma das vítimas. Pouco tempo depois, descobriu um inseto chamado barbeiro que tinha o hábito de picar no rosto das pessoas. Ao examinar o inseto, encontrou no intestino do animal uma nova espécie de protozoário flagelado.

No dia 22 de abril de 1909, a descoberta da doença foi publicada na Revista Brasil-Médico. Em agosto desse mesmo ano, Carlos Chagas publicou o primeiro volume da revista do Instituto Oswaldo Cruz, um estudo completo sobre a doença e o ciclo evolutivo do protozoário causador da doença. Por essa razão, hoje, a enfermidade Tripanossomíase americana é conhecida como Doença de Chagas, bem como o nome científico do protozoário é Trypanosoma cruzi, (cruzi) em homenagem a Oswaldo Cruz. A descoberta de Chagas é considerada única na história da medicina por incluir todo o ciclo da doença: o agente etiológico -Trypanosoma cruzi- e seu ciclo evolutivo; o inseto vetor, o barbeiro, e seus hábitos de vida; os reservatórios domésticos; e a patologia – a doença de Chagas.

A gripe espanhola chegou ao Rio de Janeiro em 1918, um ano após a morte de Oswaldo Cruz e de Carlos Chagas ter assumido a direção do Instituto Manguinhos. Em apenas dois meses, a gripe já havia matado, aproximadamente, 15 mil pessoas na cidade. Chagas foi chamado para comandar a campanha contra a epidemia. Em uma semana, ele já havia instalado hospitais e laboratórios de emergência e conseguiu mobilizar a parte consciente da população. No final do ano, a epidemia havia sido cessada.

Graças ao seu desempenho excepcional, Chagas foi nomeado pelo presidente da República para o cargo de Diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1919. Nesse período, ele realizou reformas no serviço de profilaxia rural, instalou inspetorias especializadas no combate à tuberculose, à sífilis e à lepra. Porém, no ano de 1926, ele deixou o Departamento Nacional, mas permaneceu dirigindo o Instituto Manguinhos.

Carlos Chagas se tornou um cientista reconhecido e premiado, e mais de 40 sociedades científicas estrangeiras o elegeram membro honorário. Como participante do Comitê de Higiene da Liga das Nações, viajava todos os anos para a Europa. O médico faleceu em sua casa no Rio de Janeiro, vítima de um infarto, no dia 8 de novembro de 1934.


 

Fontes pesquisadas:

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