Os vírus, como nós já falamos, são seres extremamente simples e pequenos, além de serem parasitas intracelulares obrigatórios. Essa última característica é exclusiva dos vírus, diferenciando-os dos demais seres vivos, visto que eles dependem de uma célula para realizar atividades vitais; logo, o substrato para o crescimento do vírus é uma célula hospedeira.
Os meios de cultura devem garantir o fornecimento adequado de nutrientes e condições convenientes para a sobrevivência e o suporte de vida de microrganismos. Em estudos de virologia, os meios sólidos e semissólidos possuem grandes vantagens, pois as células hospedeiras podem ser imobilizadas, mantendo sua viabilidade, e também as partículas virais têm reduzida sua capacidade de difusão no meio.
Além das necessidades nutritivas, vários outros fatores ambientais precisam ser controlados para o sucesso da cultura das infecções virais, como o pH, a temperatura, o ambiente gasoso ou a pressão osmótica.
Por tudo que comentamos antes, é fácil observar que os meios de cultura utilizados para bactérias e fungos não servem para os vírus, já que eles precisam de células vivas para se multiplicarem. Depois de muita pesquisa, cientistas conseguiram encontrar meios para replicar e estudar vírus em laboratório, utilizando culturas de células de seres vivos.
Estas são células de diferentes tecidos de animais e de plantas, cultivadas em laboratório, em meios específicos que possibilitam sua preservação. Esse método permite cultivar vírus in vitro. Esses meios requerem uma preparação e um manuseio cauteloso, para que não haja contaminação por outros microrganismos, que podem matar as células ou comprometer o desenvolvimento do vírus em estudo. Todos os cuidados com a esterilização do ambiente, do material a ser utilizado e da segurança com as pessoas que irão trabalhar com as culturas celulares e os vírus são essenciais e não podem ser descuidados.
O uso de uma cultura de células em laboratório permite que se realizem estudos voltados para o cultivo do vírus e seu isolamento. É possível, com essa técnica, avaliar o efeito do vírus sobre cada tipo celular, além de verificar em quais delas os vírus são capazes de penetrar e efetuar a multiplicação viral.
Fontes pesquisadas:
ROEHE, Paulo Michel. Isolamento e identificação. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2 slides, color.
SINOGAS, Carlos. Virologia: Manual de apoio às Sessões Laboratoriais. Universidade de Évora, Portugal, p. 6-7, 2014-2015.
Jr., Michael J. Pelczar; Chan, E.C.S.; Krieg, Noel R. MICROBIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES.
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