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Vírus bacteriófagos


Como já falamos aqui, os vírus bacteriófagos, ou fagos, para os mais chegados, são vírus que infectam bactérias. Eles têm caudas de fibra, que são como “perninhas”. Aderem-se à membrana da bactéria, se contraem, e injetam o material genético na célula. No ciclo lítico, depois da replicação do material genético e síntese de proteínas, temos a montagem de novos fagos. Esses fagos, para sair, fazem “furos”, levando à destruição da célula. No ciclo lisogênico, o material genético do vírus é incorporado ao da bactéria, podendo haver um silenciamento de alguns genes da bactéria, como os que determinam a capacidade de gerar doenças. Nesse ciclo biológico, a célula não é destruída, como no lítico.

Os fagos podem ser encontrados em diversos locais da natureza, esgoto, fezes, água, entre outros. Até no corpo humano! Mas… então eles podem fazer alterações ou causar doença no ser humano? Não. Possuem alta especificidade apenas nas bactérias, células procariontes. Aliás, cada fago infecta apenas uma cepa, espécie ou gênero específico de bactéria. E você acha que a bactéria fica inerte ao ataque do vírus? Nop! Elas possuem diversos mecanismos de defesa. Eu ouvi “rinha de fagos”?! Siiim, há competição pela célula hospedeira, tendo sucesso o fago mais desenvolvido para penetração e infecção. Um fato interessante sobre os bacteriófagos, é que eles são os organismos mais abundantes do planeta. Porém, pouco se sabe sobre eles. Estima-se que menos de 0,0002% da diversidade global de bacteriófagos foi identificada.

Como alternativa para o tratamento de bacterioses, doenças causadas por bactérias, surgiu, no século XX, a fagoterapia. Proposta inicialmente por um pesquisador do Instituto Pasteur, em 1917, perdeu um pouco o interesse com a descoberta dos antibióticos, em 1928. Porém, com o desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos, a terapia de fagos retorna aos palcos. Lembrando que os bacteriófagos líticos são os de maior interesse para o controle biológico de bactérias.

Alguns exemplos de usos envolvendo bacteriófagos:

  • No setor agrícola. No controle de fitopatógenos, que são basicamente microrganismos, nesse caso, bactérias, que “atacam” as plantas e se alimentam dos nutrientes das mesmas, causando doença. A maior parte dos registros de patentes de bacteriófagos estão nos países asiáticos;

  • Na medicina, contra infecções bacterianas humanas. Já são comercializados em alguns países, por exemplo, na Rússia;

  • Na indústria alimentícia. Em prol da segurança dos alimentos, usado como aditivo alimentar, agindo contra bactérias patogênicas e na remoção de biofilmes (espécie de película protetora, que possibilita comunidades microbianas sobreviverem em certas superfícies) dos equipamentos e utensílios;

  • Em análises microbiológicas, para detecção de bactérias;

  • Como indicador biológico de contaminação ambiental, por exemplo, em águas residuárias.


 

Fontes pesquisadas:


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